Patraquim sobre o Zé Cabral
(Fotografia de José Cabral, que me foi enviada pela amiga Helena Espinha)
O Luís Carlos Patraquim, poeta e outras coisas, e entre essas também amigo e colaborador do Zé Cabral, enviou-me este pequeno texto que escrevera - em diálogo - sobre ele. Senti-o imensamente elucidativo. E pedi-lhe para aqui o reproduzir, ao que ele anuíu:
“E vamos todos indo. Ele [Zé Cabral], uma espécie de único. "Inscreveu-se", narrando-se fragmentariamente. Ele, mais a pobre iconologia e iconografia do lugar. Descentrando-se. Hiperbóreo a sul, complicadíssimo. Isto em tempo de OPA ideológica, sovietes de quintal, haxixes para variaçoes sobre os anjos, a aura, fogos de Santelmo, uma teleologia de fora para dentro. E disse bye bye á escola da reportagem fotográfica. Sou testemunha, como outros, do muito que lhe zurziram. Sempre houve um jeito muito nosso de nos auto-flagelarmo-nos. Travessões, travesseiros, trocas, ínsulas. Faltavam-nos os cavalos... Assombrados pelos campos de trânsito, pesquisadores de índicos indícios. Conjuntivos e disjuntivos. Escorria-lhe o salitre pelas barbas, ele, um anacoreta furioso e lírico... quando.” (Luís Carlos Patraquim)